sexta-feira, 25 de março de 2011

o amor é um gostar a dois

E quem é que ousa falar de amor?
tempos modernos
o amor é demodê como cantou Renato Russo...

-eu ouso!
...

Ela sabia, ou melhor seu coração de mulher sabia. enfim, a confirmação. Quem procura acha, clichê. Mas é, fato concreto. A dor seguida de desespero, acompanhada do choro que fazia doer o coração do próprio Escultor do Himalaia. E aquele sentimento apertava-se e a sensação era de não mais poder viver.
A verdade de todas as coisas trouxe a raiva.
Sim, foi maldade. Ela suspirava e seu choro agudo fazia-me calar e eu sinceramente quis chorar também. Minha pele estava arrepiada e comovida pela dor alheia. Ela, ainda chorando, me pergunta "e eu, o que é que eu faço?", eu fico em silêncio, não sabia o que lhe dizer e fiquei envergonhada. Depois de algum tempo falei "o que é que pode ser feito quando tudo já foi feito?".
Descontrole. Dor. Caras e bocas demonstravam a imensa vontade de chorar até morrer desidratada. Olhava tudo em silêncio, queria dizer "coragem menina", mas qualquer som quebraria o momento da dor da verdade. Ela chora e perco o chão. Ela confusa pronuncia algumas palavras perdidas entre lágrimas e soluços. sua dor penetrava meu coração como uma estaca no coração de um vampiro e me tirava o ar.
Enfim, quando precisei usar palavras não usei, quis dizer que abandonasse "o outro lá", que ele nunca esteve presente para ela como ela estava pra ele, então nada perderia, mas não fiz.
Quem não sabe o que quer em um relacionamento é porque não quer, experiência própria.
A verdade só se mostrou em um momento carnavalesco, mas esteve há tempos se escondendo em praça pública. Me calei. Ela chora. Eu sei que vai passar, ela não.
Abandono as palavras e ofereço meu abraço, é só. Bem sei que, o amor é um gostar a dois´, caso contrário é apenas entretenimento.
Vai passar...

terça-feira, 15 de março de 2011

Nudez sentimental

      A quebra do silêncio. A xícara quebrada. O resto do chá que molhava o chão. A falta.

O espírito da noite enquanto ainda era dia. Nada além de uma xícara quebrada e da ausência de som.
É sempre um beijo que antecede a traição. Caos. Humilhação. O poder das palavras. Os gritos ecoando pela casa. A ferida. Como uma vaca, eu remoi a história várias vezes antes de engolir e digerir. Enquanto agonizava, expulsa do meu Éden que era meu paraíso particular, estava só. Sem Adão, sem Eva, sem nada. Um ser que já não era, um coração sem fluxo, sem vida, sem esperança. Era só matéria inanimada, era o corpo que ocupava o espaço. Deixava-me morrer. Mas ainda vivia, pois ainda sentia as dores da vida, e o mar descia dos meus olhos em abundancia, e como um maremoto trazia o caos, que destruía a aldeia dos sonhos, e causava medo. Sim, medo! O medo do amanhã, o medo de não saber as respostas para aquelas perguntas que virão, o medo de não ser mais ninguém, o medo de admitir a farsa que involuntariamente fui coadjuvante. O Choro vinha silencioso e constante. Turbulências ocupavam o espaço na minha mente, e tudo era o tempo, relógio quebrado, calendário queimado, e ainda assim era o tempo. A verdadeira face do outro foi revelada, e minha face não sabia como ficaria se o que eu exibia era o sorriso maroto de uma ilusão? Deixei-me cair ao chão, e quebrada como uma xícara permaneci. Não sei de fato adormeci, ou apenas me perdi nos tempos dos dias entardecidos, onde as noites eram coloridas ao som do violão, e toda a casa era nada mais que euforia. Bons tempos esses que brincava de sombra madrugada a fora, que fazia trilha na chuva, bons tempos sonhados, tempo perdido e achado, mas essa ideia trouxe-me o despertar. Abri os olhos murchos e inchados. Tudo estava exatamente como sempre fora, mas também nada mais era igual. Como cantou Belchior “...a mente é diferente...”
O silêncio e a xícara quebrada eram os únicos a me fazer companhia. Olhei os cacos espalhados ao chão, e nascia aí um novo “eu”, incomum. Eu era meu chá, também a xícara, e eu era a vida que me fugia. Como pude me doar tanto a ponto de quase nem existir mais?
Engraçado como o palhaço já não tinha graça.
        E uma sensação de estar nua. Sim, nua. Nudez sentimental. Não havia dor, nem culpa, nem amor, nem ódio, não havia nada. Nada além de mim. Estava liberta. Insuportavelmente livre. Então é isso? ... a liberdade de não querer saber, e eu que sempre soube que não sabia. Agora sei. Pela primeira vez em toda a vida me sentia livre dos sentimentos que me seguiam como uma sombra, uma sombra que estava prestes a me roubar a alma.
      E foi assim que simplesmente choveu dentro de mim. E senti-me aliviada.
      Sorri ao caminhar para a vida que brotava em mim, não precisava mais forjar sorrisos e essa realidade me fazia sorrir como uma criança que não se envergonhava da sua Nudez.







Srtª Clau Bezerra

quinta-feira, 10 de março de 2011

Do livro Comer Rezar Amar

Frases do livro: comer rezar amar


“Nunca  use o corpo ou as emoções de outra pessoa como um modo de satisfazer seus próprios anseios.”


“O que eu sei é o seguinte: estou exausta com as consequências cumulativas de uma vida de escolhas apressadas e paixões caóticas.”


“Período de celibato voluntário...”

“Minha única pergunta é: Por que perguntar?”

“Permanecer no presente exige que a pessoa se concentre inteiramente em um só ponto.”

“O local de descanso da mente é o coração.”

“Um conselho: tente não se desmoronar o tempo todo ou então isso se torna um hábito.”

“Fé é mergulhar de cabeça e em velocidade total rumo à escuridão.”

“O que funcionou ontem nem sempre funciona hoje.”

“O que eu posso dizer, gente? A culpa me cai muito bem.”

“A única coisa entre mim e Deus era... nada.”

“Leve o tempo que precisar para sarar, mas não esqueça de um dia compartilhar o seu coração com outra pessoa.”


“...repentinamente sou transportada pelo portal do universo e levada ao centro da palma da mão de Deus.”

“Todos sabem que a gota se mistura ao oceano, mas poucos sabem que o oceano se mistura à gota.”

"Podia me sentir despencar através de sucessivas camadas de ilusão..."

“Sou apenas uma arisca (antevasin), nem isto nem aquilo-, uma aprendiz da fronteira em eterna mutação...”

“Meu caminho até Deus é um gato solto em uma gaiola de pombos, e eu sou o gato-mas também sou os pombos a se esgoelarem quando são pegos.”

"Sem ver o mundo através do intelecto, mas sim olhando para o mundo através do coração.”

“Deixe sua consciência ser seu guia.”

“Os excluídos se perdem numa órbita vazia”

“sou um bolo recém saído do forno e preciso de mais tempo para esfriar para ser confeitado.”


“Perder o equilíbrio às vezes por amor faz parte de uma vida equilibrada.”


“... talvez eu esteja apenas esteja gostando muito desta fase surreal da minha vida, porque estou me apaixonado, e isso faz o mundo parecer delicioso, por mais insana que seja a sua realidade.”



“Você é o perfeito caracol: Carrega sua casa nas costas.”


“O que ainda me resta aprender sobre a futilidade da preocupação?”


“...passar um tempo sem falar, é uma tentativa de se desvencilhar do poder das palavras, de parar de nos asfixiar com as palavras, de nos libertar de nossos mantras sufocantes.”

esta é a mulher moderna?

Primeiro ela pensou em pedir uma pizza. Em seguida, pensou nos quilos que ganhou no último mês e nas roupas que não serviam mais. Com isso, ficou entristecida por não gostar de acadêmias, culpou-se por seu eu sedentário. Então, pensou em como era solitária. Pegou o celular vasculhou na agenda do celular e por fim decidiu...
pediu uma pizza.
(esta é a mulher moderna?)




DESCULPEM MULHERES, É SÓ UMA PIADINHA EM HOMENAGEM A CHEFE DA MINHA REPÚBLIKA. RSRSRSRS

Algumas ideias sobre...

Futuro? Incerto. É como eu digo "o que eu quero se eu não quero sempre".

Família? Realidade. É quem vai estar lá, indiferente do que aconteça.

Dinheiro? Necessário. Mas sei que não me escravizo por ele.

Liberdade? Interior. Como diz a música "liberdade pra dentro da cabeça".

Amor? Profunfo. Se amo é pra valer.

Fé? Certeza. Crer em Deus é essencial.

Prazer? Equilibrio. Usaria para melhor definir uma frase do livro Comer Rezar Amar "o que eu quero é estar bem com Deus e desfrutar os prazeres desse mundo..."

Orgulho? Defeito. Como os leoninos são.


ir e vir

Sempre quis esquecer os dias que me trazem saudades, sempre me neguei a dar espaço aos momentos de melancolia, mas hoje não. Alguma coisa mudou...então reli velhos emails, velhas mensagens de texto e simplesmente sorri ao recordar  quanta coisa já vivi...
Percebi que muitas vezes desviei o pensamento das coisas boas e como entretenimento usei meios que não me fizeram bem, então de agora em diante as lembranças, que me chegarem na memória nos dias de chuva, para o chá da tarde eu as convidarei. E lembrarei enquanto puder, pois um dia poderei ter Alzheimer... se for o caso irei vaguear nas lembranças, e visitar as paralelas do passado e voltar a realidade para ver o sol ...sim, eu sou livre e posso ir e vir quando bem entender.

É preciso...

É preciso encarar a vida pelos dois lados... Só espero que esse ódio seja passageiro, e a que a beira do abismo não seja o fim.

É dificil controlar o pensamento

É dificil controlar o pensamento.
então não me deixe em silêncio,
não me deixe ouvir minhas músicas,
não me deixe ficar com meus livros,
me chame pelo meu nome,
e não me deixe viajar,
não me deixe em mim,
...mente que é só ego.

Vão todos embora,
pensamentos mais pensamentos,
vão todos embora,
saiam todos daqui,
me deixem sozinha,
respeitem minhas escolhas,
e me polpem palpites.

Sim, eu sei
sou eu, pensamentos,
meu ego,
minha mente que não quer deixar meu corpo descansar.

domingo, 6 de março de 2011

quando o resto é o que resta

Andei sumida, mas volto aqui para registrar que conheci alguém... =)


...descobri que quando o resto é o que resta... bom é como eu sempre digo entre e o pouco e o nada eu fico com o nada.
   E lá estava eu sábado a tarde acompanhada com todo o meu nada quando, com um sorriso apenas, o nada se vai e o tudo preenche o espaço dos dias. estou boba e apaixonada e confusa também. Fico timida quando gosto de alguém, a graça de todas as coisas só tem graça se ele está por perto... definitivamente eu não me importaria de passar o resto dos meus dias a descobrir quem somos. Sim, eu digo somos porque há um NÓS.
Você pode não gostar do meu gato, você pode não gostar dos meus amigos livros, você pode não querer estudar, e eu sei que este é você sem viver dramatizando.
  Quando estou sozinha eu sorrio ao lembrar nosso primeiro beijo, tu diz "você quebrou tua promessa", e sorrimos e dançamos...não não você dança eu tento dançar, sou péssima.
Pode ser que não seja nada disso, mas eu sou exagerada.
E agora ando ouvindo sertanejo e nem critico mais, faço coisas que nunca antes fiz e eu não sei o que eu gosto, mas eu gosto do teu sorriso simples,e o jeito quando diz que sou total sossego.
Com você não preciso reprimir a intensidade da satisfação.
...
só tenho medo que idealize demais, que veja alguém que eu não sou, porque eu sou também profundidade e toda a claridade me faz bem, mas também me cansa.
quando você está aqui do meu lado está perfeito, mas aí quando você volta para a tua casa eu travo combates comigo mesma, sou mente e coração...e tua voz é força para o meu coração que quer mais...e mais... Você é viciante.

o sol é prozac

Eu exagero nas palavras, exagero em buscas, exagero em significados, eu sou exagerada. Não conheço as doses, não tenho medidor e sempre acabo por me derramar em dramas desnecessários. Eu sou assim, mas estou sempre mudando.
Eu confio demais, eu amo demais, eu insisto demais, eu sinto demais e no exagero me derramo em sofrimentos banais... Tento me concentrar e manter o pensamento no presente mas eu viajo demais, eu sou uma viajante lunática. Tento afastá-lo de meus pensamentos e são apenas tentativas. Eu deixo de ouvir Pato Fu, eu deixo de ouvir Mutantes, The Doors, e tudo o que me lembra você, fico longe de Sartre e dou os meus livros de Poe...faço isso para esquecer, e o tempo vem imperceptível.
Ainda é verão e o sol tem sido meu Prozac, isso quando não chove porque a chuva me traz o teu cheiro e aí melancolica me ponho a escrever e você é inspiração... e o tempo vem tão devagar,como diz a tradução daquela música.