domingo, 30 de janeiro de 2011

eu sei o que me é caro e não vou mais deixar barato

De uns tempos pra cá, muita coisa mudou. Deletei um monte de gente da minha vida. Tudo sem um pingo de remorso. Quem me conhece sabe que eu nunca fui assim. Sempre compreendi os erros alheios. Chorei e sofri junto. E muitas vezes passei a mão na cabeça de quem fingia querer o meu bem. A verdade é que hoje eu mudei, sou realmente outra pessoa, quase a mesma de sempre, mas sinto que não sou tão boazinha. Minha tolerância acabou. Não é que eu tenha raiva de alguém, mas a minha prioridade é uma só: "EU".
Tem um momento na vida que a gente tem de parar de ser gentil com as outras pessoas e primeiramente ser gentil com a gente mesma. Me desculpem aqueles que eu larguei à deriva. Mas eu não vou tolerar ninguém que me faça ter sentimentos que não sejam incríveis. Isso é uma questão de respeito com a minha vida. Então pra aqueles que me acham uma boba, eu tenho um aviso: Tome cuidado comigo, pois agora eu sei o que me é caro e não vou mais deixar barato.



(texto retirado  http://schaay/ e modificado por mim)

Ela X Ele

Ela era antiga. Ela era enigmática, ainda jovem era a velha dos cem anos de solidão. A pureza dos olhos dela desmentia os traços mascarados na face, era como se duas criaturas semelhantemente fortes brigassem dentro de si, e é claro que o mal sempre ganhava as batalhas por ser mais sedutor. Ela apresentava o abismo com um sorriso no canto da boca e um charme irresistivel nos olhos e isso não era bom. Como não poderia ser a mente atraída pelo malévolo? Como um monge é atraído pela verdade.  Infelizmente todos os homens deveriam saber que não há verdades exatas. Mas, ainda assim ela permanecia magnética e indecifrável, típica Capitu. Era sempre assim , dúvidas e medos afastavam o sono. A história não era completa para o historiador, faltava a peça chave e esta era indefinível, e como definição nunca foi necessário, ele simplesmente se deixava ser levado...
( brincando de escrever no dia 28/01)

...

domingo, 23 de janeiro de 2011

Protótipo de Caim, egoísta sim

    Sinto-me como um protótipo de Caim, quando ainda não havia se entregado ao todo, mas estou na fronteira e mais um passo não poderei voltar, prestes a ser marcada.
Por egoísmo as pessoas amam mais o próprio ato de desejar do que a pessoa desejada, a manifestação do desejo é que faz a emoção. Ai, eu que sou tão falha como Caim, amo a manifestação do desejo. E consequentemente inicia-se um milhão de problemas pois é tipico da maioria dos homens amar demais e é por isso que a psicologia vem crescendo tão rápido quanto a obesidade nos EUA. Em geral os homens amam demais, entregam-se demais, esperam demais, exigem demais, choram demais, e por fim sugam demais a pessoa a quem dizem amar, Depositam grandes expectativas na outra pessoa quando deveriam apostar suas fichas no próprio "eu".
     É triste, vejo isso e tenho medo de que a minha energia seja sugada por uma espécie de vampiro de cem anos de insatisfação.
E não me orgulho de ser egoísta ou mesmo incentivar o egoísmo, só não quero fazer parte desse desespero alucinógeno que os homens possuem sempre sugando...

Já sentiu-se assim?

Sou, e escrevo unicamente para registrar que só é livre quem pensa que é.

"Sou minha, só minha e não de quem quiser"
De como as coisas que aconteceram esta semana me fizeram ir do alto da minha mais segura certeza até o mais baixo da falta de certeza, é as coisas mudam. E eu sei que as coisas funcionam melhor quando você não espera nada delas.
Vivi dias da mais pura leveza e me senti como um gato que corria sobre os telhados no escuro da noite dividindo a sua liberdade com a lua que sorria admirada com o poder e o egoísmo dos felinos.
Já se sentiu assim tão livre?
Gata, leoa, humana.
E quando se está tão bem, a melodia malévola ronda teus gestos, e invade tentando roubar a tua paz.
Já sentiu-se assim tão roubada?
E você vê a liberdade se distanciando e é preciso se agarrar fortemente em ti para que não te seja levada para sempre. Já sentiu-se assim?
Já sentiu-se como um leão que tem de lutar para continuar sendo o rei dos animais?

descanso

Fiz, desfiz, refiz.

    Hoje eu mudei o tempo e fiz chover. Seria bom que você soubesse que o tempo que cronometrei eu pacientemente esperei, e por fim, quebrei o relógio que guardava todo o tempo do mundo e descansei.
    Fiz a chuva e me desfiz do tempo, olhei meus feitos e notei que algo me faltava, e como sempre faço quando não sei o que fazer eu fiz um chá. Um chá para brindar com o universo, não podia ser um simples chá, então escolhi um chá com o sabor de bom senso e adocei com duas gotinhas de Alzheimer. E senti um leve gosto do mais puro esquecimento, e olhei novamente meus feitos e fiquei satisfeita, só e satisfeita. Com meu chá e minha chuva eu dormi, e de todo o resto esqueci.
   Me desfiz do desnecessário e me refiz livre.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

é preciso enterrar os nossos mortos

Um telefonema...
e a voz tremula "-Não, ele não se encontra.".
Quem estava  no outro lado da linha a perguntar pelos mortos?


Silêncio e um arrepio ao ouvir "aquele nome" que antes fazia seu coração acelerar.

reviver fantasmas, eu nunca quis.
...é preciso enterrar nossos mortos para não morrermos também.

Os ausentes sempre fazem mal ao voltarem.

"a nossa pessoa"

     É incrível que, por uma frase, um descuido ou mesmo força do hábito uma pessoa fique tão desconcertada. O que acontece é que às vezes me canso de controlar minhas falas e gestos, não sou personagem. Repensei demais, e não quero me desfazer em explicações desnecessárias. Um dia pensei que seria amor para a vida toda e o amor resistiu apenas algumas estações e em uma estação qualquer foi esquecido. O amor muda.

      Hoje,  a minha pessoa é você, e quando falo em “a minha pessoa”, me refiro àquela pessoa que mesmo longe está perto, pois é fechar os olhos e querer só o bem para ela, está é a pessoa que te faz sentir saudade sempre que está sozinho e muitas vezes quando não está. Não importa quem serão as nossas pessoas daqui alguns anos, não há como saber o que o amanhã trará.
As quantas vezes que na liberdade que temos um com o outro você me chamou para a realidade, agradeço-te. Falo do que somos e não que do que fomos.
Que um dia eu consiga não mais manter-me tão perto, porque os nossos diálogos são inquietos e sempre acabam por me fazer correr pelos caminhos do imprevisível.
Que aquilo que temos, seja apenas pele ou liberdade, dure o tempo que durar e acabe quando tiver que acabar, mas que seja bom.
Que possamos reformar conceitos, pois não existe mal nenhum em mudar de ideia, no final das contas temos tantas idéias.
Que depois de um dia turbulento, possamos chegar em casa e falar ou mesmo silenciar, e que “a nossa pessoa” não se vá batendo as portas por achar que não nos importamos. Que tenhamos um colo. Que seja pele, natural e espontâneo, que estar no controle é cansativo demais.
Mesmo nos dias das sutilezas que tu me dizes ou das ironias para me irritar, nesses dias que te odeio eu ainda tenho animo para te gostar. Por quê ? Ah, isso eu ainda não descobri.







Espécimes raras...

domingo, 16 de janeiro de 2011

Teimosia

    Teimosia, eis a palavra que dá sentido. Insisto em algo que sei que não me trará nada de bom e útil e me sinto humilhada. A humilhação é por expor em total clareza o que sinto e penso. Isso não é pra mim!

Sempre os mesmo erros: Impulsos, nada mais. E, por impulso escrevo as palavras que não pronuncio causando um caos desnecessário. O que vem depois é um estado passageiro de calamidade bem no intimo.
E nesse depois me pergunto: "Eu preciso disso?" e me respondo: "Nãoooooo!"








Clau

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

De todos os amigos e amores de você me lembro mais

Hoje quis escrever alguma coisa pra você, mas as palavras me fogem, queria encontrar as mais perfeitas combinações para dizer que sempre sentirei saudades suas. De todas as pessoas, a minha pessoa. Mesmo achando que as falhas são muitas, e tem dias que simplesmente te odeio. Mas perfeição existe?

Das coisas que eu sei, é que eu sempre me lembrarei de você cantando Kid Abelha, seu violão me conquistou, lembrarei disso nos meus cem anos de solidão. Acho mesmo que de você nem precisarei lembrar, pois só lembramos daquilo que é esquecido e de ti não esquecerei. Então que passem os anos.
Sinto sua ausência e me sobra a falta de inspiração.
Enfim, para a minha pessoa eu desejo dias melhores, que os sonhos fiquem guardados no travesseiro ao acordar, pois na vida é preciso conquistar a realidade, e tem uma coisa que eu sempre quis te dizer: “não tente adivinhar o que o outro sente ou pensa e não julgue, pois só sabe da situação quem a vive”.
Estamos indo, e estamos a um passo do ponto onde voltar é impossível. Avanço, tu recua. È preciso decidir e tu hesitas cada vez mais, e se priva da liberdade de ser feliz. Tudo é uma questão de querer, pois as idéias se realizam através da participação.
O tempo passa e já não tenho livro aguardando a leitura. Esqueço as horas, esqueço os dias... nem sei se a estação passou.
Realmente não há como saber o que o amanhã trará.
Não sei se estou feliz ou triste, a verdade é que vou de um extremo ao outro. Aprendi a amar você.



E como na música eu te digo: “De todos os amigos e amores de você me lembro mais...”

um dia as palavras me faltarão

Escrevo porque escrever é o som mudo do meu grito de vida. Escrevo porque sei que um dia as letras me faltarão. Escrevo porque experimentei as palavras e me viciei nelas..

Escrevo porque não me basta olhar o girassol eu preciso olhar e compará-lo ao homem que acorda com o sol e adormece com a falta dele.
São as idéias escondidas atrás da imagem, são as entrelinhas que me chamam e todo o resto é superfície. Sou a pessoa que vê o cenário completo, faço parte da pequena porcentagem que caminha na direção oposta. Nem sempre foi assim e tenho a sensação de acordar depois de muito tempo na falta do sol, e não sei definir o que era sonho ou realidade. Então, escrevo minha imagem girassol. E “como um girassol à noite meus olhos procuram os seus, sol de outro lugar”, li isso em algum lugar e para mim diz muito além do que na verdade diz.
Tenho a impressão de ter vivido bem mais que uma vida, me lembro que passei boa parte da minha existência vivendo o sonho de outra pessoa, e acordei cansada, sentindo uma estranha angustia, uma dor no peito que subia até a garganta e desesperadamente chorei, acreditava que não mais viveria. O cansaço me venceu e adormeci, e dormindo novamente sonhei, acreditei que este era meu sonho mas o tempo passou e com ele meu credo, logo percebi que mais uma vez estava vivendo num sonho que não fazia parte dos meus. Não fazia sentido dormir e acordar, diferenciar sonho e realidade não censeguia, eu não estava feliz. Será que o dono do sonho estava? Eu não sei.
 EM Dias de chuva eu sinto as vidas que ficaram sonhadas. Me ponho melancólica porque hoje caminho na claridade da realidade e não vou dizer que é melhor, mas pelo menos eu existo, me fiz real.
E quanto aos sonhos? Eu troquei-os por objetivos.
Não sei quantos caminhos precisarei caminhar e também não sei o que o amanhã trará, eu não sei de muitas coisas. Eu não sei, mas quero saber e é por isso que escrevo: Para estar aqui no meu sonho mesmo quando eu já não mais estiver.



Eu que adormeci no sonho alheio, me cansei e envelheci. Do encantamento? Acordei!
Agora Eu tenho a mesma pressa de quem cansou de esperar.

domingo, 9 de janeiro de 2011

O que eu tenho é o que fica

Penso em escrever um milhão de coisas e quando começo escrever sempre acabo falando apenas do "eu" que há em mim. Nada de novo, só o velho se reformando para permanecer por mais um tempo perturbando.
Não sou mais criança para me iludir mas é inegavel que dizer não ao "momento" não é fácil. Logo, o momento passa e o que fica é o que vem depois, e esse depois é o frio da ausência.
Eu sou a minha realidade, faço escolhas. E não escolhi a ausência. Preciso mais de mim.
Qunado criança aprendemos que não devemos entrar no rio quando não dá pé, eu sei que não sei nadar. Ainda lembro da superficie clara como a luz do sol. E faz tempo que afundo nas águas do teu rio, eu não sei nadar. E no escuro do profundo sonhei com uma música que fazia pra mim, o nome da música era experiência, dizia: "experimentei você e não tem como não viciar". É estranho falar em sonhos porque eu escolhi o real, e por isso guardo os sonhos no travesseiro sempre que acordo.
"Quando passamos o nosso tempo imaginando (criando) alguém para os nossos olhos nós não enxergamos as pessoas que realmentem existem."
As vezes fico no silêncio e mesmo assim ouço sua voz implicando comigo, eu sorrio e penso estar ficando louca. Simplesmente não sei o que me faz gostar tanto de você, e o que eu tenho é o que fica, o que eu tenho é o frio que não muda com a estação.
Então pego o telefone e na madrugada te ligo , você não atende. E o que eu preciso é de um chá para aquecer o frio que traz a ausência.