sábado, 31 de julho de 2010

Everybody lies

Não quero nada, nem expor nem ocultar.
Me contradigo em palavras e em ações. Evito conexões a longo prazo.
Pessoas são orgânicas, logo, consequentemente apodrecem. Podridão de mentiras, não quero me dissolver em meio aos vermes. Bem lá no final quero ser cremada...FOGO... tudo o que era fogo será cinza.
Não tenho medo da rotulação.
Gosto que gritem o desespero num medíocre português exagerado. Bem no fim conviver com seres auto falantes, sem enigmas e sem metáforas, não é dificil. (essa sou eu sintetizando) rs!
Faz um tempo aprendi com um pequeno que a vida não é noticia, logo não é interessante.
Homem é síntese, mulher é arte abstrata.
Ando sentindo o gosto da não preucupação. Dias ZEN! ANORMAL!
Por dias vivo o lado bom da vida e nem é coca cola, é fácil gostar disso.
Pra finalizar grito: EVERYBODY LIES.

"Não é bem felicidade
Mas ainda fico afim
Querer o que se pode
É liberdade sim


As idéias muito simples
São difíceis de aceitar
Dar um beijo
E se deixar levar
Antes de tudo se acabar..."

quarta-feira, 28 de julho de 2010

celebrando a estupidez

Celebro minha estupidez, sorrio e aceno para os erros.
Exponho um lado avesso.
Socializo ações errôneas.
(Esta sou eu sendo os outros)

Um dia para ser excluso  eternamente do calendário.
A semana da bobeira já deu resultado, negativo é claro. "Quando a cabeça não pensa, o corpo padece", sinto na pele marcada esse ditado popular. Manhã cinza.
Visito farmácias e me encho de drogas, a intenção é voltar a atrás. (Como se fosse possível uma cápsula do tempo).
A vida em sociedade, as falhas, as limitações...Arrependimentos!
Prefiro mesmo a companhia de Morris West, Kundera e outros gigantes. Prefiro um mundo paralelo com unicórnios, poneis e castelos.É assim que eu gosto, é assim que eu sou. Transformo realidade em irreal.
"UM DIA  na realidade alheia me trouxe danos incalculáveis".

Meu mundo é mais seguro e nem tem auditoria.
Se Deus fizer uma auditoria hoje na  minha vida, certamente tira de mim a gerencia e demite-me da vida.

domingo, 25 de julho de 2010

Fato

A necessidade de expor aquilo que se sabe ou pensa saber. A necessidade da glória. 
Certa vez ouvi um simples a falar que o que todas as pessoas querem ser "o personagem principal", concordo plenamente, entretanto , as coisas não funcionam dessa forma.
A VIDA NÃO É UM MONOLÓGO.  (Fato)
A necessidade da platéia.
A necessidade de ser mais, ter mais que o outro.
A necessidade do mais condena o Ser a ser menos.
São todos atores, no ensaio sobre a vida: " A luta para ser alguém numa terra de ninguém".
Você diz: Não estou te trovando nem me chorando mas você foi o amor para a vida toda!
Eu digo:  Não estou te trovando nem me chorando mas você foi o amor para a vida toda!

Bah... da paixão ao desesperado passado.
experimentei quase tudo  e agora só queria ter o que eu tivesse sido e não fui.
saudade do que não foi.


... na ilusão do tempo o passado... lancei-o ao vento, o amor voou e diante dos olhos nada vi, o vento levava as folhas no final do outono, dizia adeus. Não te falei, mas não precisava partir com a estação, sua falta deixa a estação ainda mais fria.
Evito expor sentimentos, as galerias já estão lotadas dessa arte de sentidos abstratos e surreais.
Eu falo em estação, estação que leva e traz. Paciento.
Penso no inacabado, com o outono se foi, sem palavras, apenas silencio. Muitas vezes te fiz esperar e agora sou eu a pacientar...

já que sou o jeito é ser

O respeito pelos diferentes pontos de vista se faz necessario. Nada posso fazer para que me aceitem, alvo de falatórios, e quando se acerta o alvo erra-se todas as outras coisas. E há quem perca tempo proferindo julgamentos sobre o estilo vital alheio. Quem foi que os fez juizes???
AS DIFERENÇAS EXISTEM, QUER QUEIRA QUER NÃO.
Não quero saber o que "os juizes" pensam, sou o que sou, já que sou o jeito é ser. Não mudarei  verdades e conceitos são eles que me formam. O ser que sou independe do resto do mundo. Sou a minuscula porcentagem que caminha na direção oposta. Mas e daí?
Não peço que ninguém me acompanhe para o universo paralelo.
Penso que se a minha vida não interfere na vida do outro então:
Se importe menos!

ah! essa claridade

A claridade da sua pele, dos seus cabelos e dos seus olhos, invade-me. Toda a profundidade que insisto em viver deixa-se flutuar na superficie tua.
Ah essa claridade que me cega...

LIVRE DE TODO UM DEVER MORAL!!!








LIVRE DE TODO UM DEVER MORAL!!!






LIVRE DE TODO UM DEVER MORAL!!!

sábado, 24 de julho de 2010

I'm fine

Sim!!! de todos os sentidos estou boba e feliz. Felicidade é consequência.
Sensações prazerosas, o que posso dizer se não vivamente ZEN.
Sensações indescritivas por apenas palavras, mas estão elas todas escritas no livro da face, expostas
 em sorrisos e olhares.
De volta pra mim. De todos os sentidos sinto a vida, e me deixo viver. Dedico-me aos dias, num embalo delicioso vou indo... e tu que me diz vai lá, digo assim: já dizia Coelho "quando você escolhe um caminho, deve esquecer-se dos outros".
Quase lá!!!

Tudo chegando ao fim e eu ainda afim

Tenho andado meio perto , meio longe. Tudo chegando ao fim e eu ainda afim... (esta sou eu amando o impalpavel).
...são dias...
dias que quase não leio meus livros, quase não ouço minhas favoritas canções,quase nem te lembro... Um tempo, tempo pra cura, pra liberdade. Resgato-me, e é mais que alegria. Me permito ser feliz. Num estado permanente de felicidade...são dias...os dias que quase te esqueci.

sábado, 17 de julho de 2010

Em meio à tudo, saudades Detlefianas

São dias...alguns dias para não pensar em nada. Saudades Detlefianas me fazem um pouco infeliz.Não ouço nenhuma  canção que me alegra ou me deprimi, essa falta de sentido me deixa confusa, as canções todas me fazem te lembrar. A falta de trilha sonora me faz esquecer a musicalidade que bailava no teu peito, quando os corpos estavam em harmonia. Nenhuma canção por dias, esqueço o tempo, viajo em devaneios, descobertas em meio às cobertas da estação, estação que passa rompendo amarras conduzindo para o caminho das estrelas como fez Van Gogh (puro drama rsrsrs). È inverno, dias triviais, enfim deixando de lado as dúvidas para dar um pouco de espaço para as certezas, esperando tudo do pouco que se multiplica se refazer.E em meio à tudo, saudades Detlefianas me corroem.
Livros, estudo e vinho para esquecer, esquecer o frio que faz lá fora, esquecer a estação que traz  frieza para as pessoas, do frio ao calor, apenas um passo. Toda a exatidão complica trazendo simplicidade, são apenas dias... me policio para não falar nem pensar, são dias e mais dias no processo de equilíbrio vital.
Esta tarde, li , vi, ouvi ou mesmo sonhei , enfim, qualquer sentido me fez pensar na nossa geração, geração silenciosamente gritante,que  mostra tudo para não mostrar nada, o mundo moderno brutalizado pela solidão do amor. E tem quem goste de amores frívolos,e viva amores carnavalescos, e tem quem ame o impalpavel assim como eu, fantasmas idealizando amores, totalmente lírico e eu que achava mais interessante o épico. Nas cobertas das descobertas me vi personagem metafórica, enganada por mim mesma, em meio ao mistério indecifravel do homem.Me lembro vagamente que uma vez Humberto Mauro disse cinema é cachoeira, por mais que olhemos o fundo não vemos começo nem fim, assim são os homens, transmutando.
 São dias de reflexão sobre amor e tolerância, e quando Renato cantava "E hoje em dia como é que se diz eu te amo?"... finalmente entendi à que ele se referia...
 São dias, cheios dias que me roubam o tempo, não me permitindo pensar... cansativos dias que me fazem dormir sem nenhuma cápsula vermelha... o pouco tempo que penso...penso no azul dos olhos do meu melhor Detlef... felino das botas pretas...
Desvio meus pensamentos todos, não quero lembrar de nenhum sorriso perturbador... mutante que não soube me amar.


...preciso da música e do verde da erva, porque esta sou eu criadora de personagens metafóricos, amante dos livros, preciso do drama, da trama, gosto mesmo é de comédias melancólicas, não tenho humor pra ignorância cotidiana, não me perco nas vulgaridades das baladas. A prisão da liberdade custa caro.







                                                                                           (Detlef )

sábado, 10 de julho de 2010

livre para ser quem não sou

Dar um tempo, só para sentir o drama da distância, uma vez Humberto cantou"qual a coragem que a distância dá", bem vou descobrir isso agora, uns dias pra me livrar dos pesadelos que rondam e perturbam meu sono. Romanticamente falando sou apaixonável, uma vez era mais fácil, me apaixonava todo dia... mas agora essa ilusão de felicidade não me desperta atração, era como uma boemia noturna, perdida nos embalos sonoros, hoje estou na idade da razão e o vazio é profundo demais, me perco entre livros, antes me perdia entre lábios, e era movida pela proibição. Um tempo para a cura, tenho que me curar, não ficar muito pra lá nem muito pra cá, simetria absoluta. Sempre perdida.
Enquanto não chegou o tempo, penso se devo saborear pela ultima vez o embalo da noite, talvez eu goste mesmo das noites esquecidas, lembradas vagamente pela dor de cabeça amanhecida. Me adaptei à solidão, e olhar velhos amigos boêmios não é uma tarefa muito fácil, por não ser fácil, vou, só pelo drama do reencontro. Beijo os lábios que tantas vezes me torturaram e me sinto bem, uma vida em uma noite, é assim que sou várias. E feliz estou sendo quem não sou, uma luta diária de ser e estar, e esqueço nesta noite a moça insatisfeita e insegura em casa à dormir entre livros nos seus momentos mais viajantes, onde não há mais ninguém para sentir o horrível cheiro da fumaça que invade seu quarto e deixa anuviada sua visão, e na ultima noite, de moça é mulher, a segurança de ser quem não é, liberta.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

da noite ao dia

A campainha da casa verde, viciou-se em tocar pelas madrugadas, são cinco da manhã lá vai ela, não sei como mas sei que é pra mim, sonolenta vou atende-la, pergunto quem é, uma voz conhecida diz "preciso de você", assustada abro a porta, é ELE, pergunto o que houve, e ouço "só consegui pensar em você", acho mesmo que sou legal, e ELE bebeu a ponto de perder a compostura, a bebida é reveladora.
Um mês sem vê-lo, um único beijo na chuva para recordar, bons tempos quando éramos todos plebeus fazendo piada sobre etiquetas. Ele cansado do compromisso, longos anos de rotina só o faz invejar a ilusão da minha liberdade, eu só, não mais livre que ele. Tira sua aliança de compromisso e diz "fique com ela, que minha decisão está aqui", sorrio e sutilmente digo NÃO, é importante para ELE  que eu decida, mantenho-me neutra, como sempre. ELE  me abraça dizendo "pensei muito em você, acho que te amo", digo saudades também, (não era verdade), presenteio-o com meu sorriso parado e digo "precisa ir embora", ELE diz "não posso", forte me abraça, seu cheiro invade meus sentidos todos é tentador demais, sou humana, fraca e carente, ELE é querido e suas mentiras sinceras me interessam pelo menos por algumas horas, mas não podia deixá-lo ficar, seria um crime matar mais uma amizade, já sei de cor como acaba esse filme, "amizade perdida, por momentos de sono compartilhado", não mais cairei nessa armadilha, ELE me beija a face, as mãos e como um cavalheiro recusado, me faz sorrir com algumas piadas bobas, e se vai pelo mesmo caminho que o trouxe até a mim. Não vale a pena perde-lo, acredito que daqui uma semana, talvez duas, ele volte para seu compromisso e a placa de insatisfação volte a rotular seus pensamentos obscuros. Não poderia  conviver com o fato de ser  eu a noite de arrependimento de alguém que gosto...é importante não decidir nada por ninguém, ELE que se descubra, que se enfrente, que rompa seus limites, e que seus erros não caiam sobre ninguém. Espero tê-lo ajudado, tem momentos que me flagro pensando e se eu tivesse esquecido naquela noite todos os princípios meus, e se tivesse me rendido ao impulso, estaria mais feliz agora? Da noite ao dia os boêmios encantam mais que a própria lua.
A vida é engraçada, eu deixei de ser protagonista e me tornei a melhor amiga, e o que todos buscam é ser personagem principal na vida de alguém, essa vida de coadjuvante está acabando comigo.

..sexo, amor e traição, rondam minha porta pela madrugada afora...

Insoluvel

Acho mesmo que não sei quem sou, mas como cantava Renato, sei do que não gosto, não gosto da falta de respeito pelo meu tempo, pelo meu espaço, não gosto do que vem depois. Sou assim instável, não confio em ninguém nem mesmo em mim, fomos todos expulsos do paraíso e isso já diz tudo, inocente ninguém é. Não gosto de viver controlando o que sinto, quero dos sentidos todos sentir, não quero ter medo de despertar a bruxa que há em mim, apenas Valentini.
Não gosto dessa manipulação sentimentalista, sou molenga, prefiro nem ouvir nada, não quero explicações nem dar nem receber, a simples ideia de explicar-se já dá a noção de culpa, mas culpa, ninguém tem culpa. Esse sentimento ruim que me toma e os ciumes são todos meus, ninguém provoca, são eles provocados, esse afeto que lhes deposito é exatamente o que me afeta, permaneço afetada, e o que vem depois??? Vem aquilo que não se pode falar, e essa invasão de silêncio me deixa assim cada dia mais instável, por Deus não vejo a hora disso terminar. Não quero que questinonem meus silencios, silencio é o grito, silencio é tortura, silencio é o amor que não se humilha, poderia viver sem amor, mas não poderia viver sem dignidade. Eis aqui um registro de ciúme territorial,
insolúvel. Não sei o porquê me importo se Deus deu o livre arbítrio, não cabe a mim julgar. Simples assim, como dizia Maquiavel, os fins justificam os meios, e para se chegar onde se quer "mate seus inimigos e se preciso os amigos". Quão horrível é olhar a coisa toda por esse prisma, como essa cegueira me deixa doente, "a necessidade de destruir o amor era o próprio amor porque amor também é a luta contra o amor" sábias palavras de Lispector, sentimentos desordeiros tomam-me a razão, este é o amor ruim, inútil. E mesmo assim será que estou livre para  ter raiva???
Aprendendo. E assim sendo, sinto raiva, e é absurdo sentir liberdade com um ato não praticado mas tão cruelmente inspirado, finalmente estou encontrando a linguagem alheia e perdendo a minha própria, e quero voltar , bem sei que não vale a pena alimentar demônios...
Preciso respirar o ar puro que a distância oferece, e pesar atos e consequências.
São apenas dias para serem esquecidos e rasgados do calendário.

Desconjuntada

Não queria chorar, e mesmo contra a vontade as lágrimas percorriam quentes e queimavam-lhe a face, era o silencio que falava alto.O silêncio foi enchendo cada vão que encontrava dentro do ser, diminuindo a essência mas não desaparecendo por completo.Uma palavra, DECEPÇÃO, uma sucessão de erros, sempre foi assim, revestido de mascaras, não eram elas carnavalescas.Aceitar, mas a escolha entre perto ou longe, certamente longe. Quis força teve fraqueza, esperava sabedoria e eram tolices. As verdades ilusórias moldam imitadores de gente. Se fez necessário aprender,aprende pois a conjugação do verbo "descortinar", passa os dias descortinando, a vida é uma linha reta, e circular no erro é degradante, não vejo a hora de registrar aqui livramento. Desconjuntada. O mundo desabou e foi imitando gente viva que viveu. O que é a vida afinal se não um felicidade inventada, sorri, seja pois imitador.Todos os pensamentos já foram pensados, todos os escritos já foram escritos, todas as ideias já foram criadas, seja pois imitador dessa inteligencia antiga, imite um sábio e sábio será.Não perca tempo. Não dedique seus dias em busca da infelicidade, infeliz há de ser a morte, viva simplesmente sem nada profundo,pois toda a profundidade já foi descoberta pelos "reais" , olhe a superfície e deixe-se cegar pela claridade ilusória que só os imitadores de gente viva podem fazer.
Esperava mais e veio cada vez menos... Encerra-se um ciclo.Lembranças sempre silenciosas. Nem todo mundo tem vocação para Dom Quixote, guerreiro de amores imaginários. Não permita que mundos desabem, sorria sorrisos forçados, como fez um dia a moça do sorriso parado e do cabelo californado.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Interrogatório do dia

Oi
Oi
Namorando?
Não.
Por quê?
Prende.
E?
Os presos são todos inocentes.

Antonio Falcão

Se os escritos não prestarem, paciência.Mas se o sentimento é chinfrim, aí danou-se tudo.

domingo, 4 de julho de 2010

Quero fluir nos meus pilares

Disseram-me  uma vez “felicidade só é real se partilhada”.



Sempre escolhi o ataque à defesa. De todos os jeitos escolhi teu jeito, de todos os cheiros escolhi teu cheiro. Anestesiei-me em outros lábios para esquecer o teu, fiz escolhas e me assumo boba, uma boba por fazer tantas escolhas erradas, as bobas não vão para o céu. Mas ser boba, não é um estado permanente, logo não sou boba estou boba. Nesse temporário momento de boba decido me desprender, com a sua ajuda é claro,você que não mais aceita a difícil e árdua tarefa de ser amado por uma boba. Nessa dança do amor, dancei, literalmente dancei. O amor é simples.

E nessa simplicidade as bobas se perdem, fazendo um drama, me assumo dramática, degusto com todos os sentidos minha bobagem passageira, sim sou boba, estou boba, meus ouvidos e meus olhos são bobos, e de todos os sentidos sinto-me boba. Nada disso faz sentido, se dos sentidos sinto-me só, e são tantas as vezes que eu nem me sinto.
Escrevo melancolias e não degusto o que escrevo, mas é necessário lavar a alma mesmo que seja com essa chuva melancólica de palavras, escrevo porque as letras são amistosas e preciso seguir fingindo que está tudo bem, como imitadora de pessoa viva .É uma série de acasos, ações essas triviais que me fazem escrever. Ninguém me ensinou como escrever entretanto todos me ensinaram pois se o corpo sabe é porque sabe. Ninguém ensinou o corpo a fazer amor mas o corpo sabe, escrevo porque meu corpo sabe. Seguro desesperada no ar, e esse invisível me mantém racional, sou fraca, sou carne, sou racional, um gigantesco espaço vazio e sem tempo me cega, e sei que tem de ser assim. Em cada corpo que busquei a vida só encontrei a morte, e meu desespero desamparado, só me fez morrer, te busquei em cada carinho perdido que achei, e quanto mais te quis mais te perdi. A menina foi fugindo/ das coisas tristes que cantava/ não entendia ao certo /o porquê dos dois /só ela amava.
E por isso escrevo, são letras juntando e formando palavras que se aglomeram e formam frases, e se agrupam e dão sentido em um paragrafo, enfim um texto, escrito por uma boba que passaria o dia a rabiscar ideias,  mas a vida adulta me faz como todos os outros quase peregrinos e faço coisas que não quero fazer e digo coisas que não quero dizer. Não sei como mas tenho a certeza que amei.
Escrever é bom, eu já me viciei na solidão.
Se me perguntares o que me falta? Dir-te-ei que me faltam os quereres.

-Quero recomeçar, sentir os sentidos todos restaurados, quero sentir o suave adocicado da liberdade, quero erguer a cabeça e sorrir, quero sonhar sonhos coloridos, quero rir já decidi.  Queria seguir na certeza que existe sim El Dourado,  nada de visões anuviadas, nada de influencias, nem competições,  quero que esta dor que escraviza seja deixada para trás,  quero estar no ritmo e no embalo do espetáculo da vida e viver sem censura.Quero fluir nos meus pilares. Quero sempre, dos sentidos todos sentir-me boba e feliz, e felicidade só é real se partilhada.