Os sentidos que corroeram a alma passaram, provando assim à efemeridade das coisas inexistentes, são meros problemas imaginários. O insolúvel se resolve diante dos olhos. É só um tempo para sentir que os sentidos todos serão restaurados para novamente serem corroídos no circulo vicioso do relógio, tempo que adoece e tempo que cura, em qual tempo estás?
Amontoado de sentimentalismo, hostilidades não desejadas, silêncios ensurdecedores, enfim, o efêmero. Tudo simplesmente passa, passa como as nuvens acinzentadas que choram as dores dos homens que seguem com a esperança de um novo dia surgir e com ele as cores do arco-íris. Mas são apenas escolhas, apenas caminhos. É sentido tudo tão eterno tudo tão passageiro. Faz parte os amores que ferem, são apenas momentos de uma vida que efêmera passa diante do olhar do poeta que abre e fecha o baú das lembranças a cada abrir e fechar dos olhos. São emoções, atrações, traições, decepções e tudo mais. Nada mais passageiro que os sentidos, sempre mudando. Enquanto isso o coração segue sempre escravo dos sentimentos nômades que não ficam nem passam.
Pensam ser livres, mas não passam de mutantes orbitando no vago do tempo que passa como o rio que passa e corre nas discretas corredeiras rumo ao mar do esquecimento, e deságua sempre no mesmo baú que se abre e se fecha a cada abrir e fechar dos olhos do poeta que enterrado ficou nas palavras das páginas dos livros que escreveu.E liberto é, e eterno será a cada virar das mesmas páginas sob os atentos olhos daqueles que buscam entender o sentido dos sentimentos que não passam e nem ficam. Prisioneiros do amor não vivido corroem as grades da cela com o calado choro solitário do coração que clama por liberdade, mas tudo é tão efêmero que o amor passa e muda. E é de amor que o poeta escreve a cada impulso que se liberta dos pulsos na certeza que amanhã é outro dia e vai passar como o rio que passa e corre nas discretas corredeiras rumo ao mar do esquecimento...que um dia o poeta ousou guardar no baú da memória.
Srtª Clau ♥