terça-feira, 30 de novembro de 2010

O efêmero da vida

       Todos os ontens foram guardados, os ontens que tomados foram por desejos inimagináveis, fantasias atrevidas e ocultas, aprisionado foi o passado e começa hoje a projetar um esboço de um futuro melhor. Incondicionalmente livre, livre de amarras, livre da moralidade e do puritanismo que atormentaram os dias que agora não passam de recordações trancadas no baú que o poeta nomeou memória.
     Os sentidos que corroeram a alma passaram, provando assim à efemeridade das coisas inexistentes, são meros problemas imaginários. O insolúvel se resolve diante dos olhos. É só um tempo para sentir que os sentidos todos serão restaurados para novamente serem corroídos no circulo vicioso do relógio, tempo que adoece e tempo que cura, em qual tempo estás?
     Amontoado de sentimentalismo, hostilidades não desejadas, silêncios ensurdecedores, enfim, o efêmero. Tudo simplesmente passa, passa como as nuvens acinzentadas que choram as dores dos homens que seguem com a esperança de um novo dia surgir e com ele as cores do arco-íris. Mas são apenas escolhas, apenas caminhos. É sentido tudo tão eterno tudo tão passageiro.  Faz parte os amores que ferem, são apenas momentos de uma vida que efêmera passa diante do olhar do poeta que abre e fecha o baú das lembranças a cada abrir e fechar dos olhos. São emoções, atrações, traições, decepções e tudo mais. Nada mais passageiro que os sentidos, sempre mudando. Enquanto isso o coração segue sempre escravo dos sentimentos nômades que não ficam nem passam.
          Pensam ser livres, mas não passam de mutantes orbitando no vago do tempo que passa como o rio que passa e corre nas discretas corredeiras rumo ao mar do esquecimento, e deságua sempre no mesmo baú que se abre e se fecha a cada abrir e fechar dos olhos do poeta que enterrado ficou nas palavras das páginas dos livros que escreveu.E liberto é, e eterno será a cada virar das mesmas páginas sob os atentos olhos daqueles que buscam entender o sentido dos sentimentos que não passam e nem ficam. Prisioneiros do amor não vivido corroem as grades da cela com o calado choro solitário do coração que clama por liberdade, mas tudo é tão efêmero que o amor passa e muda. E é de amor que o poeta escreve a cada impulso que se liberta dos pulsos na certeza que amanhã é outro dia e vai passar como o rio que passa e corre nas discretas corredeiras rumo ao mar do esquecimento...que um dia o poeta ousou guardar no baú da memória.






Srtª Clau ♥


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Um chá pra curar o coração dos poetas

Sei que não existe mais nada a fazer a não ser recolher os sonhos e dar adeus aos dias, aqueles que foram nossos e agora não são mais, tomo meu caminho assim como tomo meus chás, os chás que me ajudam a viver e a ser, hoje tomo um chá de bom senso para que eu não me perca em vontades, mas bem gostaria que o chá fosse de sumiço e em nuvens azuis subir ao céu e misturar-me com as nuvens. É tarde e eu sinto frio  em meu corpo  mas em alma sou devastada por um incêndio, e o incêndio tem nome o mesmo nome que foi dado a ti quando ainda não era nascido, aqueço-me com o chá, mas ainda melancolica permaneço e a culpa é sua, já que tenho que culpar alguém, que seja você.
      Um fracasso amoroso nada mais e meus sentimentos todos você descartou, ai eu tive que inventar os chás para aliviar as dores,  chás que me permitem viajar por universos paralelos e esquecer os dias, e me sinto farta de saudades porque eu trago a distância daqueles que me amam e quase já nem tenho pulmão, trago também a aflição do adeus, trago os dias que não são meus nem seus. Decidiu se aventurar e me libertar, e me fez eterna prisioneira do amor não vivido.
E pra aliviar a dor eu tomo chá e subo em minha carruagem guiada por cavalos marinhos que me levam ao profundo mar, e me levam sem bússola, sem rota, sem rumo...eu vou abrindo as porteiras como nos velhos tempos fazia na fazenda.
     Ainda sou criança com medo, ainda sou criança no tempo, ainda sou a mesma na mutação do espaço. A  prisioneira sem direito ao sol e justo eu que sou girassol, e é por todas as coisas que nunca falamos é que eu ando por aí levada por cavalos marinhos sempre à procurar um novo chá  na intenção de curar o coração dos poetas que assim como eu adoeceram. Mais um chá antes de dormir, eu sei já é tarde e irei me recolher, mas não antes de quebrar os relógios e rasgar os calendários... chove e temos todo o tempo do mundo na ampulheta dos sonhos, malditos sonhos que recolherei ao amanhecer, mas é noite e como um girassol meus olhos procuram os seus, sol de outro lugar. Caminho em meio ao mar, águas salgadas? Suor dos corpos? Lágrimas?
..."tão só, não mais livre", como falou Sartre. Enfim, brindemos à liberdade.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ao amigo oculto

Nunca gostei do que é trivial. Não sou nada futil e desde cedo aprendi que a futilidade não liberta. Então como presentear-me?
Pra o meu amigo oculto eu tenho algumas sugestões:
  • Eu quero um cofre, para que nele eu possa guardar todos os meus pensamentos e preservá-los ainda que num futuro bem distante.
  • Quero a receita dos melhores sorrisos. Para assim contagiar aqueles que me rodeiam e espantar a tristeza.
  • Quero uma dose de simplicidade e outra de calmaria, para que os problemas do cotidiano diminuam deixando mais espaço para as soluções.
  • Eu gosto de café, mas de presente quero um chá,um chá que cause esquecimento aos sentimentos ruins, e que ao final de cada dia eu possa tomá-lo e dormir  com o coração na paz.
  • Quero quem sabe uma viagem, então pode me dar uma passagem de ida rumo a Pasargada, porque lá sou amigo do rei.
  • Quero um baú para que nele eu possa guardar todos os dias bons e as alegrias compartilhadas para revivê-las quando sentir vontade.
  • Quero também um pé de coelho, um trevo de quatro folhas e uma ferradura, para que a sorte sempre esteja comigo.
  • Quero um frasco mágico que tenha nele todos os cheiros do mundo, para que em dias de solidão eu possa sentir o cheiro do amor do Escultor do Himalaia e saber que nunca estou só, nos dias saudosistas quero sentir o cheiro da mulher mais linda que vigiou meu sono quando ainda era criança, que nos dias de discórdia tenha o cheiro da paz, que nos dias de felicidade tenha o cheiro do agradecimento para com  aquele que se doou para que pudessemos ainda viver, que nos dias cinzas e tristonhos tenha o cheiro da verde esperança, pois a esperança é o que traz sentido à vida.
  • Meu amigo espero que não esteja achando que isso é impossivel, mas se caso estiver, saiba que também tenho fome e podes me dar um prato, um prato do mais sincero amor, afinal, já estou farta de saborear apenas o amargo da ilusão.
  • Ou quem sabe possamos beber uma taça do suave vinho da amizade?
  • Me desculpe as tantas vezes que contigo falhei ao me expressar, afinal, nós humanos não sabemos nos comunicar, então quem sabe possa me dar a Cartilha que ensine a amar o próximo como a si mesmo.
  • Quero também um kg de criatividade para que nos dias de guerra eu possa fazer a diferença.
  • Ah! Eu estou precisando de um manual, deve ser bem barato, é o manual do vigia, para que eu possa aprender a vigiar os dias de paz e não deixar a guerra me pegar desprevinida.
  • São tantas as coisas que estou precisando, que qualquer que seja seu presente será mesmo útil, mas gostaria de ressaltar que o que mais preciso é SABEDORIA, para que possa tratar meus semelhantes sempre com cordialidade, sempre com honestidade, com igualdade, se caso não souber onde encontrar, procure pelo Rei Salomão soube que ele sabe onde e com quem conseguir.
  • Caríssimo amigo secreto ou oculto como preferir ser chamado, acredite que tudo isto é possível, e não ria de minhas palavras, pois se todos tivessem uma dose de poesia e um pouco do espirito de  criança, assim como eu tenho, saberiam que a vida é mesmo um sonho e acordar é envelhecer.
  • Obrigada  pela intençao de presentear-me.
Bjos da Srtª Clau

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

em noites chuvosas te lembro ainda mais

e é das noites de chuva que eu gosto mais...
e com o barulho da chuva eu adormeço nas lembranças do teu cheiro e do gosto do seu sorriso mais abobado... e sempre que em dias de chuva tua imagem vem sem que eu a chame com a intençao de me perturbar eu penso que não há outra música para definir como trilha sonora dessa lembrança tão saudosa se não aquela do leãozinho..."gosto muito de você leãozinho ,caminhando sob o sol leãozinho, tua pele tua luz tua juba..." e eu simplesmente adoro o seu cabelo e o seu Todo... Te gosto tanto que nem gosto de lembrar, afinal, você já está lá pra outra pessoa, e como disse o Renato "eu vejo você se apaixonando outra vez, eu fico com a saudade e você com outro alguém..."
Penso que quando chega a hora, simplesmente aceitar é o que melhor podemos fazer, melhor mesmo é não mergulhar no fundo do poço para não correr o risco de se afogar, então por mais que o amor ainda queime em altas fogueiras não se pode parar de viver, AS PESSOAS SEGUEM, É ISSO O QUE ELAS FAZEM: ELAS TENTAM, e estou tentando, controlando o impulso de sair correndo atrás de você e do seu "sorriso bobo que me faz sorrir". É amor só pode, e ainda é amor mesmo que mude.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Malbek

Aqueles tão esperados "dias melhores" finalmente chegaram. As pessoas que passavam podiam ver a felicidade exibida naquele sorriso bobo de olhar inocente, não restava dúvida alguma de que era a felicidade sendo compartilhada.Do frio, sentia apenas o vento que fazia dançar seus californiados cabelos, "Um dia perfeito"como cantou Cachorro Grande, "e a felicidade depende de tão pouco" ela pensou. Enfim, a escadaria rotineira ela subiu, parecia flutuar nos pensamentos, parou em frente à porta para encontrar a chave que a libertava do mundo, voltou alguns passos e sentou-se na escada, aquele cheiro não queria calar, o cheiro que a embriagava. "Malbek, é meu vinho favorito", muita coincidência, não?


os gritos do passado

Nos últimos dias estou andando no limite, naquela linha que separa o tempo e nem vejo mais passado, presente e futuro, tudo se funde e confunde os pensamentos, e o passado tem gritado fortemente à minha porta, são só palavras e eu não consigo senti-las,  não porque eu não queira, já não sei o que fazer com elas, são como se fossem um livro guardado há muito tempo e quando foi lido lá atrás nos dias da descoberta de um NÓS a história fazia sentido, e agora não passa de palavras soltas sem nexo com a realidade,  o passado insiste em bater na porta, mas o livro foi guardado e lê-lo novamente pra quê? Se há um universo de palavras para serem absorvidas e vividas, e o hoje fica confuso porque o ontem é doce e bom mas era amargo e azedo,  a felicidade do ontem é uma  mentira de que gostamos.
Como pode voltar se o tempo é uma linha reta?
Quero viver outros sabores, degustar outros pratos, descobrir novas palavras e novas definições, mas em meio à todas as vontades o passado grita e eu paro para ouvir e já nem sei porque continuar se quando havia um NÓS os dias simplificam o TODO.
Muitas pessoas dizem " a vida dá voltas", pois creio fielmente que não, a vida não dá voltas ela segue e quem acertou nas escolhas segue com a vida, quem errou ficará no circulo e não conhecerá o que realmente é a vida, até que seja resgatado pelo passado ou pelo futuro. E tudo é uma questão de tempo.
E quando eu pedi um tempo você disse "quem dá tempo é relógio", o tempo que me foi negado durou muito tempo, e agora vem de muitos ontens à invadir meu hoje para gritar que todo esse tempo longe só te deixou mais perto, olha só meu bem, não sei o que motivou suas escolhas mas mais uma vez escolheu errado, e eu sinto muito mas agora não sinto nada.




(já fui NÓS, mas hoje SOU apenas o eu)

sábado, 20 de novembro de 2010

E eu quis você

O que faço é  provocar,  nada é intencional, mas meus desejos não me deixam em paz. Eu sei não é fácil resistir a alguém que sabe exatamente o que quer.
E eu quis você.
Não leve a mal e nem pense em me julgar
nada é intencional, mas eu vi você caminhando despreocupado
e eu quis você
não quis querer, não me leve a mal
a tua pele me chamava
você nem me notou
passou tão perto, a culpa não foi sua
mas eu quis você
e o desejo não me deixa em paz
te procurei e provoquei
e o que  faço é provocar
garoto eu sei que não é fácil resistir alguém que sabe o que quer
e eu quis você...
(e agora não quero mais...)

Palavra

Limito-me ao silêncio,



vazio e sombrio,


o silêncio e o som


são eles a palavra,


calados!






Tumba de paz


Pausa te dou,


essência e carne,


não é calar-se estar em silencio???


protótipo de mal criada.






Ruídos, silêncios,


objetiva comigo.


subjetiva contigo.


nada afirmo ou nego,


não quero convencer-te ou ser convencida, quero só ser.






formula silencial


dá sentido ao silencio,


não busque em mim palavra


perdida ou achada,


manifeste-se! Palavra .

já não cabe mais

Quando perto de você estava eu sentia que todo o Todo estava logo ali, mas a verdade de todas as coisas acabou com a melodia do romantismo, e os sons passaram a ser não mais que ruídos que devoravam as cores dos dias que costumavam me sorrir. As palavras consumiram um coração unicamente pelo prazer de torturar, e quem fez este mal foi um dos seus.


O medo já não existe nem a loucura, já não cabe mais o fatalismo ele se foi abrindo espaço para o realismo. "Coragem menina, ninguém morre de amor" disse um dos meus, e mais uma vez as palavras, as mesmas que desafinaram a melodia do romantismo agora insistiam para que a melodia do coração volte ao compasso original, não naquele que era  recheado com o sabor da ilusão,  a melodia original era a vida por sí só, agora a melodia que vinha quase inaudível ganhava forças e já não era tão doce mas também não era amarga como a verdade de todas as coisas, a melodia vinha com mais força e arrebentava as palavras, o compasso bailava como as cigarras em noite de luar. Ainda que passageira, a felicidade instantânea invadia e restaurava os sentidos, e dos sentimentos feridos pelo amor não recíproco estava um pequeno ponto que trazia a intenção de controlar. Autocontrole. Não havia promessas.
A verdade de todas as coisas machucou, não reinventei situações, a noite se calou e pude ouvir a melodia do ronronar do meu mais fiel felino Detlef, senti meus olhos a umidecerem  e respirei fundo, ainda no impulso da verdade de todas as coisas eu te escrevi "não posso reclamar nada, mas posso ficar longe de tudo isso. Não tenho vocação para namoradinha ciumenta.". Por algum motivo mesmo que desconhecido um dos seus quis me revelar a verdade de todas as coisas. Doeu como doeria a picada da serpente mais venenosa e mais cruel do reino sombras, o veneno fazia um nó na garganta, respirar eu quase não podia e foi então que na dor mais doída de todas as dores descobri que já não cabe mais amar assim.
  o leão ainda é o rei do animais.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A verdade de todas as coisas

A verdade de todas as coisas. A verdade levanta-se de sua inércia e grita em meus ouvidos, estava a ouvir a melodia da solidão, e o grito da verdade fez-me acordar daquele costumeiro jeito vago de um sonho que já me acompanhava há quase um ano inteiro. As palavras da verdade me pegaram sozinha e desprotegida, nem houve uma batalha, e em silêncio a verdade gritou e ganhou. Pensei nas palavras de Steinbeck "não posso lutar com minha ignorância contra o possível conhecimento...", e era um dos seus a contar-me a verdade das coisas, ao som da tristeza que invadia meus ouvidos, também  podia ver as palavras a zombarem dos sentimentos meus. Não chega a incomodar o fato de um dos seus sentir alegria ao roubar-me toda a felicidade que exibia nos olhares mais sinceros. A melodia se desfez juntamente com a felicidade, simplesmente porque o compasso da cantiga era o meu coração que acelerava a cada abrir e fechar dos olhos quando a imagem sua invadia o meu Todo. Doía a tal verdade de todas as coisas, inexplicável as palavras frias e malévolas que as pessoas podem proferir com um sorriso mortífero. Um dos seus conseguiu com a frieza das palavras mais sutis abrir-me uma imensidão de horizontes ao me acertar o coração da alma. A verdade de todas as coisas já não gritava, mas bloqueava todos os caminhos com as notas mais tristes, eu tive medo. Tive medo porque sempre soube que a verdade de todas as coisas mataria a esperança, eu tive medo porque ao acordar perdi o mundo que conhecia, um outro mundo mundo se faz necessário. Não entendo a real necessidade de que meus olhos e ouvidos conhecessem a verdade de todas as coisas se quando na ignorância os dias eram mais amigáveis. Preciso da melodia, preciso sentir o compasso a fundir com o meu corpo, preciso para que o traiçoeiro silêncio não venha atormentar. Preciso aprender a conviver com a verdade de todas as coisas, meus problemas são apenas meus, os sentidos se recuperarão, certamente transparecer a fraqueza em nada ajudará. Seguirei rumo ao novo, afinal o que mais resta a fazer? Uns dias de nova solidão.
E como é que é a solidão quando a verdade de todas as coisas matou um coração ao deixá-lo sem esperança e sem melodia?
antes a dor da verdade do que a companhia da mentira.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

"Ao vencedor as batatas"

Infinitamente Feliz


...e quando se está feliz, dispensam-se as palavras. Então só consigo pensar na frase "ao vencedor as batatas."

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Quanto ao inferno

E você realmente acha que Deus está preocupado em mandar alguém para o inferno???
Não, não, meu amigo, Deus está ocupado cuidando disso tudo aqui
Universo!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

quanto a liberdade

... o eu nu e cru, com toda a sua agilidade. A autodescoberta... - "cuidado com os idos de março", cuidado coisa nenhuma. Livre. Livre para ser o que quiser ser, livre para buscar o ideal mais elevado, imbuido da autoconfiança necessaria para ser seu eu mais especifico. Livre numa escala que seu pai jamais poderia imaginar. Tão livre quanto seu pai fora cercado. Livre agora ... livre para seguir adiante e ser magnifico. Livre para representar o drama ilimitado e autodefinidor dos pronomes nós, eles e eu.

Do livro, A Marca Humana, Philip Roth.


* um livro que merece ser lido.

quanto ao "não estou lá"

Preciso continuar...
porque os relacionamentos são ambíguos e eu continuo falhando em me comunicar
porque continuo a me culpar mesmo não tendo culpa
porque cada fracasso me distanciou mais de mim mesma...e de você
por todos esses motivos e muitos outros ainda desconhecidos eu devo
escutar
devo
olhar ao redor mais do que  nunca
Devo ir embora...


... você domou o LEÃO na minha jaula, mas não foi o bastante para mudar meu coração...
...Agora tudo está de cabeça para baixo...

domingo, 14 de novembro de 2010

Quanto à consciência

Quando o tempo parece parar, quando no ensaio da vida você esquece a fala e as pessoas se olham e ficam  emudecidos, quando relembrar é ruim, quando no ontem você até achava sentido nas coisas e nos rumos do barquinho de papel que te acompanha desde sempre no riacho dos  dias, quando você fica com nojo das atitudes desnecessárias que todos fazem meramente por impulso, quando a carne é mais que a mente, quando os sentimentos se misturam e nada é claro, quando no coração das trevas você se encontra,
quando as palavras não se encaixam com o que querem dizer, quando a inteligência e a aceitação não se encontram, quando você pensa que vivemos da mesma forma que sonhamos "sempre sozinhos", quando você se sente acomodado e sem vontades, quando você mente para não decepcionar o outro e fere-se bem no íntimo, quando a tristeza invade unicamente porque não cabe mais...
Quantas vezes se sentiu assim? Quantas vezes as respostas lhe fugiram? Quantas vezes você desviou-se do caminho para seguir atalhos? Quantas vezes a realidade não foi real? Quantas e quantas vezes você enganou-se de propósito por medo de encarar a verdade?
Você tem sentido-se assim, como se adiasse o inevitável?
E mesmo que com todas as fugas, ainda sente-se descontente? Como se algo sempre faltasse bem no meio, algo que traga sentido, que exista na intenção de vivificar, que preencha o vazio que tem sido as seculares horas da rotina.
Sente-se culpado por ser mais um a banalizar o amor ao proferir um mentiroso "eu te amo"?
Quantas vezes se sentiu assim, perdido e sem respostas, com nojo do próprio "eu"?
Ai vem um desejo de gritar, porque tudo isso já não cabe mais, já estão todos fartos, o cansaço é dominante e não há mais lugar para dúvidas e arrependimentos, lança-te de ti, e vai.
Quantas vezes você desejou ter um Retrato seu que sofresse as consequências dos seus atos?
e por fim, o mesmo de sempre, sempre falará mais alto e voltará, é tarde demais para rever? É tarde para sermos os mesmos?
O processo, e o julgamento por tudo o que já fez vai te levando a própria prisão, e não cabe mais a defesa, não há argumentos, e não há mais nada...

estamos indo, planejando sem planejar, sabendo sem saber, tudo isso porque a vida é um sonho e acordar é o que nos mata.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

           Como pano de fundo essa música, tão calma, tão bonita, me invade, não reconheço a voz da cantora e pra ser sincera não tenho nenhuma intenção de saber quem é que me traz essa calmaria que se mistura com melancolia, que me faz pensar em tudo.


Aí me lembro da estranha conversa de ontem, me dizia “são coisas da tua cabeça”, então sorrio, e o que não é coisa da cabeça? Pensamos o tempo todo...até mesmo quando não pensamos. Idealizo, distorço as palavras, é, eu sou assim, e não vou me desculpar por ser quem sou. Então simplesmente desista, não queira do outro aquilo que nem você pode fazer, e penso no filme “de ratos e homens”, que vi ontem na aula de literatura, e penso,  é assim. Involuntário. Amigos dizem eu te amo, sem intenção alguma. Nunca pedi nada, nunca prometi nada. Agora a música é outra, a reconheço, é Bon Jovi, os pensamentos não se calam para que eu possa flutuar no nada, penso em algo que um amigo rotulado “atrativo” me disse certa vez,“você pode gostar de alguém, mas não deixe de fazer aquilo que quiser fazer”, sim, ele estava certo. Podem julgar, podem criticar, podem, mas não devem. Só sabe da situação quem a vivencia. A exposição diminui a intensidade.
          Que bom estar aqui, que bom escrever as coisas mais simplórias que até uma criança poderia escrever, que bom é ouvir essas músicas, que bom que isso tudo só existe na minha cabeça. Que bom! Que bom é esta aqui e simplesmente ser livre, livre para Ser. Ser e viver.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Palavra é o foco de estudo

A palavra é livre, mas prende. A palavra é a incerteza dos homens, é o desassossego.




Enfim, não sabemos nos comunicar. Passamos a idade da inocência à descobrir palavras, perdidas ou achadas, tanto faz. Perdemos a inocência, e a palavra ainda é INEVITÁVEL. Não! Não sabemos nos comunicar, logo, silenciamos para aprender o valor das palavras, como disse um Daniel,"apreciem o sabor das palavras, dóse-as, poupe-as, e distribua-as em doses periódicas". Somos nós e elas, equilibrando-se, controlando-se, transformando-se e arrastando-se para que um dia sejamos todos corroídos pelo Senhor Tempo.

entre o altruísmo e o egoísmo

Porque todos vivemos pela verdade. Dúvidas. Certezas. Incertezas. E buscar a verdade onde todos somos incertos, não é nada fácil, somos uma constante mudança. Queremos abraçar o mundo e não perder nada, não podemos viver e ser feliz apenas com o suficiente, este não basta. Para sentirmos a vida, precisamos estar em constantes conflitos. A beleza da vida humana está em equilibrar dias cinzas com dias azuis, está é a pilhéria do existir.
Atrás disso tudo, do grande show dos homens, está escondida a linha que separa o altruísmo do egoísmo. Há homens que param e equilibram-se, entretanto a grande maioria perde-se no obscuro do egoísmo.
Um recurso o silêncio, "nada mais, é só isso e nada mais", como disse a mente perturbada de Allan Poe com o seu "Raven."  Silenciar, e assim na calmaria das águas aprender, aprender de ti e aprender  do outro. Altruísmo.
Algum tempo atrás li em algum lugar sábias palavras, que me fizeram pensar "não queira viver dentro de uma linda bexiga colorida e cheia de furos", entendi então que, o esforço para encher é desnecessário e exaustivo, pois estará sempre vazio. Entendi que ninguém pode ser feliz sozinho, aprendi que felicidade só é real quando compartilhada, descobri que é preciso ter a mesma integridade em dias cinzas e azuis. Enfim, me disseram que cada as pessoas não veem as coisas como elas são e sim como elas querem, logo, tudo o que entendi de nada vale se não para mim.