-O amor machuca!
-Não seria melhor se todos amassemos do mesmo jeito?
-Não!
-Por que não? Aí saberiamos quando somos amados.
-Bem, o problema nisso é que analisando as consequências, estaríamos matando o que move o Ser Humano, "A Conquista". Ainda acha que seria melhor se todos amassemos igual?
-Não sei, mas que todo amor é possessivo é fato!
-Daí vem a dificuldade, a vida em um relacionamento é a luta contra a invasão da privacidade.
- E como é que sabemos se amamos alguém?
-Isso é muito importante, porque, simplesmenmte o amor brota, assim espontaneamente, como num impulso, assim sem explicação você acorda um belo dia e descobre que a mesma pessoa com quem você convive há anos, você... bem você a ama. Rsrsrsrs
-Ou seja, encontrar o amor, é encontrar-se consigo mesmo.
-Mais ou menos isso, é encontrar-se no silêncio absoluto, o amor não precisa ser gritado ou exposto, o amor só sabe quem sente, rsrsrsrs, mais um clichê que é estupidamente real.
-Real? pra você ou para todos?
-Bem, Kant acreditava que nós não podemos saber como as coisas realmente são em si, apenas podemos ver como elas são para nós. Logo, pode ser real para quem quiser.
-Ainda amo-te. O tempo não mata o amor, não que eu queira reabrir sepulturas e ressussitar oque talvez, ressalto TALVEZ, exista apenas em "minha realidade".
-Amo-te com muita intensidade, até mais que antes.
-Alimentamos o amor.
-É, alimentamos o amor.
-Sei que nunca mais o verei.
-Estarei sempre pra você.
-E sentirei issso, como senti esses meses todos, sentirei no cheiro da chuva, na noite que nunca acaba, e principalmente na saudade que me consome.
-E na distância, tornaremo-nos reais.
-Como tu gostas de dizer que és invenção dos meus momentos.
-Abra os olhos é hora de acordar...a viagem termina aqui, personagem passageira da minha realidade, a vida adulta te aguarda!
...Ela acorda, levanta, ainda perturbada com o diálogo dos sonhos, permanece quase uma hora debaixo do chuveiro, quer chorar, não chora, quer sair, não sai, no controlar de seus impulsos, retorna. É só mais um dia da vida adulta, não é personagem de drama, apesar de o drama lhe cair bem.
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