sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Diálogo dos sonhos

-O amor machuca!

-Não seria melhor se todos amassemos do mesmo jeito?

-Não!

-Por que não? Aí saberiamos quando somos amados.

-Bem, o problema nisso é que analisando as consequências, estaríamos matando o que move o Ser Humano, "A Conquista". Ainda acha que seria melhor se todos amassemos igual?

-Não sei, mas que todo amor é possessivo é fato!

-Daí vem a dificuldade, a vida em um relacionamento é a luta contra a invasão da privacidade.

- E como é que sabemos se amamos alguém?

-Isso é muito importante, porque, simplesmenmte o amor brota, assim espontaneamente, como num impulso, assim sem explicação você acorda um belo dia e descobre que a mesma pessoa com quem você convive há anos, você... bem você a ama. Rsrsrsrs

-Ou seja, encontrar o amor, é encontrar-se consigo mesmo.

-Mais ou menos isso, é encontrar-se no silêncio absoluto, o amor não precisa ser gritado ou exposto, o amor só sabe quem sente, rsrsrsrs, mais um clichê que é estupidamente real.

-Real? pra você ou para todos?

-Bem, Kant acreditava que nós não podemos saber como as coisas realmente são em si, apenas podemos ver como elas são para nós. Logo, pode ser real para quem quiser.

-Ainda amo-te. O tempo não mata o amor, não que eu queira reabrir sepulturas e ressussitar oque talvez, ressalto TALVEZ, exista apenas em "minha realidade".

-Amo-te com muita intensidade, até mais que antes.

-Alimentamos o amor.

-É, alimentamos o amor.

-Sei que nunca mais o verei.

-Estarei sempre pra você.

-E sentirei issso, como senti esses meses todos, sentirei no cheiro da chuva, na noite que nunca acaba, e principalmente na saudade que me consome.

-E na distância, tornaremo-nos reais.

-Como tu gostas de dizer que és invenção dos meus momentos.

-Abra os olhos é hora de acordar...a viagem termina aqui, personagem passageira  da minha realidade, a vida adulta te aguarda!

...Ela acorda, levanta, ainda perturbada com o diálogo dos sonhos, permanece quase uma hora debaixo do chuveiro, quer chorar, não chora, quer sair, não sai, no controlar de seus impulsos, retorna. É só mais um dia da vida adulta, não é personagem de drama, apesar de o drama lhe cair bem.

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